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Pesquisadores estão desvendando os mecanismos de defesa do parasita causador da malária

  • Bioquímica Brasil
  • 31 de jul. de 2016
  • 2 min de leitura

Editor: Marcelo Depólo Polêto

Estudos feitos pela Bioquímica Célia Garcia, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), junto com pesquisadores ingleses, descreveram um novo mecanismo de defesa do parasita causador da malária, Plasmodium falciparum. O protozoário invade as hemácias sadias e se alimenta da hemoglobina, proteína responsável pelo transporte de oxigênio e que dá a cor vermelha ao sangue. Já se sabe que para se alimentar da hemoglobina, o parasita, produz uma enzima capaz de quebrar essa proteína em partes menores, os aminoácidos. Mas a hemoglobina possui um grupo prostético chamado heme que se não for eliminado pode ser tóxico não só para a célula como também para o parasita.


Nos anos 80, pesquisadores descobriram que para se proteger dessa substância tóxica os protozoários transformavam essa molécula em um polímero inofensivo chamado hemozoína. E esse mecanismo é usado para combater o crescimento e reprodução desse parasita, através de medicamentos como a cloroquina, que é o antimalárico mais usado no mundo. No entanto, ultimamente é observado uma perda na eficiência desses medicamentos e foi assim que em 2010 o grupo da Célia observou que outro mecanismo permitia o parasita neutralizar o grupo heme.


Em um estudo publicado na revista Cell Biology International, os pesquisadores da USP verificaram que o parasita produz uma enzima chamada heme-oxigenase, que converte o heme em biliverdina, molécula que não é tóxica em baixas concentrações. A partir de certos níveis, porém, a biliverdina pode se tornar nociva para o protozoário. “Converter o heme em biliverdina, em vez de transformá-lo em um polímero, pode representar um risco à sobrevivência do parasita dentro dos glóbulos vermelhos”, diz Célia.


No estudo publicado agora na Scientific Reports, os pesquisadores investigaram o papel da biliverdina no ciclo de vida do parasita. Em colaboração com Rita Tewari, da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, o grupo de Célia interrompeu em parasitas da espécie P. berghei a expressão do gene envolvido na produção da heme-oxigenase, impedindo que eles produzissem biliverdina. Apesar de não ser a principal via usada para neutralizar substâncias tóxicas, sua produção parece ser importante para a vida do parasita. “Ao anularmos a expressão do gene que produz a heme-oxigenase, o parasita morreu”, conta Célia, que se surpreendeu com o resultado. “Mostramos que o P. berghei, que infecta roedores, é incapaz de se desenvolver dentro das hemácias se não consegue produzir a heme-oxigenase”, ela afirma. Ainda é preciso verificar se o mesmo acontece no caso do P. falciparum. Segundo ela, esse pode ser um caminho para se criar novas estratégias de combate ao parasita.

Confira mais aqui!

Artigos científicos

SARTORELLO, R. et al. In vivo uptake of a haem analogue Zn protoporphyrin IX by the human malaria parasite P. falciparum-infected red blood cells. Cell Biology International. v. 34, n. 8. p. 859-65. ago. 2010.

 

por Movimento Bioquímica Brasil

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