Folha-Beta: Do laboratório às telas
- H.G.R Oliveira
- 23 de jul. de 2018
- 2 min de leitura

Artigos, artigos e artigos. Não se pode negar que esta é uma grande parcela da rotina de um bioquímico. Mesmo que não sejam só artigos científicos, a maior parte do que lemos no nosso dia a dia estabelece o mesmo padrão: sério e específico. E por mais que realmente a Bioquímica seja uma área séria, todos possuímos um pouco daquele ar divertido e fantástico que os versados na área da ciência possuem. Esse texto fala exatamente disso: como o cinema retrata nossas explosões cabelos brancos e gritos de "Está vivo! está vivo!".
A ciência sempre teve seu lado místico em suas caricaturas sociais, talvez por não ser aceita, já que normalmente avança mais rápido que a sociedade, quebrando tabus, e brincando com o que antes era dito ser impossível. Mas é isto que a torna fascinante: esclarecer os mitos, mesmo que no processo se torne um.
Uma das formas mais instigantes que a arte possui de retratar o olhar de uma sociedade é através do cinema, que já brincou com diversas áreas da atuação do bioquímico moderno. Um exemplo é o filme “Eu sou a lenda", no qual a Dra Alice Krippin (Emma Thompson) tem a brilhante idéia de trabalhar em uma vacina que infelizmente cria uma infecção de criaturas sedentas por sangue. Obviamente, não seja do interesse geral que as coisas saiam do controle, mas a pesquisa de vacinas é extremamente relevante para a saúde mundial. É também uma área de ótimo acesso para nós, bioquímicos (mas por favor tenham cuidado com possíveis apocalipses rs rs).
É tentador nos afastar da bioquímica e entrar em um artigo de cinéfilos. "Resident evil" é outra grande produção de Hollywood que não pode ser deixado de fora. Afinal, como não falar de uma empresa de bioquímica multimilionária que trabalha com manipulação gênica? Bem, esse não é exatamente o foco da obra, pra ser honesto. Ela fala mais de mortes e balas. Mas ainda está lá a engenharia genética, sendo também uma das áreas mais visadas por profissionais bioquímicos e uma grande possibilidade que ainda não foi explorada ao máximo (apesar de termos usado a tecnologia para a produção de hormônios e substâncias de interesse).
Saindo dos filmes com a motivação de assustar seus telespectadores, temos "Gattaca", que é uma das melhores ficções cientificas da história. Como os outros, ele não deixa de ser uma ficção, mas não se pode negar a idéia extraordinária de se poder reduzir o número de anomalias genéticas através de manipulação dos fatores genéticos (sem ultrapassar, claro, limites éticos como vimos no filme).
Agora imagine um mundo no qual a bioquímica já é capaz de criar, como nesses filmes. Obviamente não estou falando de massacres zumbis, mas sim de um mundo no qual a qualidade de vida melhoraria em condições ambientais, saúde e segurança. Esse mundo tem estado cada vez mais perto enquanto a tecnologia bioquímica tem avançado, e para muitos bioquímicos, já não é um sonho tão distante. É exatamente a capacidade de atuação em varias áreas que nos permite um mundo mais saudável e justo.
H.G.R Oliveira
Estudante de Bioquímica UFSJ
hiagogroliveira@gmail.com
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